sábado, 18 de janeiro de 2025

Pedro I de Portugal e Inês de Castro meus trisavós de vigésimo segundo grau

Recentemente explorando um site de genealogia, como a viajar no tempo, fiquei estarrecido ao fazer uma emocionante descoberta. Eu sou descendente de Pedro I e Dona Inês de Castro. Aí vai o porquê da minha emoção: Pedro I, também conhecido como Pedro, o Cruel, era filho do rei Afonso IV de Portugal. Ele se apaixonou por Inês de Castro, dama de companhia de sua esposa, D. Constança Manuel. Mesmo após o casamento com Constança, Pedro e Inês mantiveram um romance secreto. Importante dizer que naquela época e mesmo hoje em dia, muitas reinos adotam critérios de casamento para os príncipes e princesas com base em interesses políticos e não necessariamente o amor. Pedro, portanto, foi obrigado pelo pai a casar-se com D. Constança. Após a morte de Constança em 1345, Pedro passou a viver abertamente com Inês, o que gerou grande descontentamento na corte e entre o povo. O rei Afonso IV, pai de Pedro, não aprovava a relação e, em 1355, ordenou a execução de Inês de Castro. Devastado pela morte de sua amada, Pedro liderou uma revolta contra seu pai e, quando assumiu o trono em 1357, vingou-se dos assassinos de Inês, mandando arrancar-lhes o coração, assim como eles tinham figurativamente feito com ele, ao assassinar a mulher de sua vida, daí a alcunha de Pedro, o Cruel. Ele também declarou que havia se casado secretamente com Inês e a reconheceu como rainha póstuma de Portugal. Uma das lendas mais macabras e fascinantes da história portuguesa conta que Pedro mandou exumar o corpo de Inês e a coroou. Daí a frase que repetimos sem saber a origem quando queremos dizer que algo que acaba de ser feito não tem mais importância: “Agora é tarde, a Inês é morta!" Durante a cerimônia, ele teria obrigado os nobres da corte a beijarem a mão do cadáver de Inês, como um gesto de reconhecimento e respeito, através do qual, ele se vingou da corte que humilhou Inês devido ao seu relacionamento com Pedro. A verdade é que Pedro mandou trasladar o corpo de Inês para o Mosteiro de Alcobaça, onde mandou construir dois magníficos túmulos para que pudessem descansar juntos para sempre. Essa história de amor proibido, traição e vingança é muitas vezes comparada à de Romeu e Julieta, mas com a diferença de que é uma história real que marcou profundamente a história de Portugal. Eu sempre tive um encantamento com essa história, sem saber da minha descendência. Eles tiveram três filhos: Beatriz, João e Dinis. Foi João que originou a linha dos meus antepassados até o meu bisavô materno Idelfonso de Castro Deus, meu avô Rêmolo de Castro Deus e minha mãe Marli Miranda de Castro Ribas. Vinte e duas gerações e 705 anos depois, estou aqui, feliz e sensibilizado por ser a 22ª geração fruto deste grande amor, portanto eu sou o trineto de vigésimo segundo grau de Pedro e Inês. Ainda hoje, os túmulos de Pedro I e Inês de Castro estão localizados no Mosteiro de Alcobaça, em Portugal. Eles são verdadeiras obras-primas da escultura gótica portuguesa, construídas entre 1358 e 1367. Os túmulos estão posicionados frente a frente no transepto da igreja do mosteiro, de modo que, segundo a lenda, quando ressuscitarem, possam se ver imediatamente. Estou indo à Portugal em junho para o lançamento do meu novo livro, Glória aos Heróis nas Feiras de Lisboa e do Porto, além de um lançamento em uma livraria portuguesa e com toda a certeza visitarei o túmulo de meus ancestrais de meus trisavós Pedro e Inês.

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