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domingo, 12 de outubro de 2025
Se eu me calar as pedras falarão
Jesus, filho de Maria, entrou em Jerusalém montado em um jumentinho, em um episódio conhecido como a Entrada Triunfal. Multidões de discípulos o saudavam com alegria, proclamando: “Bendito é o Rei que vem em nome do Senhor!”. Incomodados com essa aclamação pública, alguns fariseus pediram que Jesus repreendesse seus seguidores. Ele então respondeu com uma frase poderosa: a verdade e a glória de Deus não podem ser silenciadas; se os homens se calarem, até as pedras clamarão.
As pedras, aqui, simbolizam a própria natureza como testemunha da ação divina. Jesus sugere que a revelação não depende da aprovação humana — ela é inevitável. Essa resposta desafia qualquer tentativa de suprimir a expressão da fé, mostrando que a verdade transcende o controle religioso ou político.
Estou escrevendo um livro, provavelmente intitulado “Isaac e Ishmael”, um romance histórico que narra a saga de palestinos e judeus nos últimos 108 anos. Meu objetivo é expor ao mundo a verdade, ainda que sob o véu da ficção, como dizia Eça de Queiroz. É importante destacar: a verdade transcende o controle político. Essa convicção nos fortalece, pois, se nos calarmos, as pedras falarão.
Na Palestina ocupada, as pedras não são apenas objetos; são vestígios de casas demolidas, ruínas de aldeias apagadas, túmulos sem nome. Elas guardam a memória dos que foram expulsos, dos que morreram, dos que resistem em silêncio. Assim como na fala de Jesus, as pedras em minha narrativa são metáforas da verdade que insiste em emergir, mesmo quando tentam silenciá-la.
Isaac e Ishmael, na obra, simbolizam linhagens entrelaçadas — dois povos que, apesar da dor, compartilham raízes. A paz não virá da negação do sofrimento, mas da escuta profunda do que foi silenciado. É preciso falar, não para acusar, mas para lembrar. E lembrar é o primeiro passo para a reconciliação.
Renunciar à violência é fundamental. Gandhi liderou a independência da Índia contra o Império Britânico com a “força da verdade”, escolhendo a resistência moral e a não violência, mesmo diante de um regime brutal. Mandela, que inicialmente apoiou ações armadas contra o apartheid, após 27 anos de prisão, emergiu com uma visão transformadora: a liberdade não se conquista com vingança, mas com reconciliação. Portanto, para resolver a questão palestina, é necessária uma profunda transformação humana.
Linha do tempo do conflito Israel–Palestina:
• 1897–1917: Raízes do conflito
o 1897: Primeiro Congresso Sionista propõe a criação de um lar nacional judaico.
o 1917: Declaração Balfour (Reino Unido) apoia a criação de um Estado judeu na Palestina.
• 1918–1947: Mandato Britânico
o Palestina sob administração britânica após a queda do Império Otomano.
o Crescimento da imigração judaica e aumento das tensões com a população árabe local.
• 1947–1949: Partilha e Guerra
o 1947: ONU propõe a divisão da Palestina em dois Estados (judeu e árabe).
o 1948: Criação do Estado de Israel e início da primeira guerra árabe-israelense.
o Cerca de 700 mil palestinos são deslocados (Nakba).
• 1956–1973: Guerras regionais
o 1956: Crise de Suez — Israel invade o Sinai com apoio britânico e francês.
o 1967: Guerra dos Seis Dias — Israel ocupa Gaza, Cisjordânia, Jerusalém Oriental e Golã.
o 1973: Guerra do Yom Kippur — Egito e Síria atacam Israel; conflito termina com cessar-fogo.
• 1987–1993: Primeira Intifada
o Levante popular palestino contra a ocupação israelense.
o Surgimento do Hamas como força política e militar.
o 1993: Acordos de Oslo — tentativa de paz e criação da Autoridade Palestina.
• 2000–2005: Segunda Intifada
o Estopim: visita de Ariel Sharon à Esplanada das Mesquitas.
o Intensificação de ataques suicidas e repressão militar.
o Milhares de mortos de ambos os lados.
• 2006–2014: Conflitos em Gaza
o 2006: Hamas vence eleições palestinas.
o 2008–2009: Operação Chumbo Fundido — Israel bombardeia Gaza.
o 2014: Guerra de 50 dias — mais de 2.200 palestinos mortos, 70 israelenses.
• 2018–2021: Tensões recorrentes
o Protestos na fronteira de Gaza resultam em centenas de mortes.
o 2021: Conflito em Jerusalém e nova escalada militar entre Israel e Hamas.
• 2023–2025: Guerra em Gaza
o 7 de outubro de 2023: Hamas lança ataque surpresa, matando mais de 1.200 israelenses.
o Israel responde com ofensiva massiva — mais de 67 mil palestinos mortos até 2025.
o Negociações de paz mediadas por Donald Trump em andamento.
Diante de tanta dor e resistência, é impossível não se comover e se indignar com o nosso silêncio, porque se as pedras começarem a falar é porque falhamos como humanidade. A metáfora aqui apresentada, nos lembra que, mesmo quando a voz humana é calada ou se cala por covardia ou oportunismo, a verdade encontra caminhos para se manifestar. O sofrimento de palestinos e judeus, entrelaçado ao longo de gerações, clama por reconhecimento e escuta.
A esperança de reconciliação nasce justamente desse ato de lembrar e dar voz ao que foi silenciado. Não se trata de buscar culpados, mas de reconhecer a humanidade compartilhada, a dor comum e o desejo profundo de paz. O caminho é difícil, mas só será possível quando houver coragem para ouvir, dialogar e transformar a dor em aprendizado.
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