Nesta história, um brasileiro, de 29 anos, nascido em Curitiba, no sul do Brasil, especialista em TI (Tecnologia da Informação), tenente da reserva do exército, um homem idealista que colocava a honra acima de tudo, após um conflito ideológico abandona a carreira militar. André Katyuk Richter ao sair do exército estuda Engenharia de Software e ao concluir o curso muda-se para a Estônia para trabalhar com TI. Buscava viver uma experiencia fora do Brasil e fugir da dura realidade e dos conflitos políticos em que o país mergulhara. Começa a guerra da Ucrania, um ano após a sua chegada à Estônia, ele se alista como voluntário e mantém em segredo o alistamento. Logo após alistar-se, conhece e se apaixona perdidamente por Maaria Saar, uma estoniana de caráter peculiar, uma mulher doce, forte e independente, de uma família tradicional estoniana, ativista dos Direitos Humanos, que cursa Direito na Universidade de Tallinn. Apesar do amor e da oposição de Maaria, André está decidido a ir para a guerra e terrivelmente divido ele parte para a Ucrania e lá convive com a dura realidade e os horrores de um conflito terrível, nada como idealizara. A falta do amor de Maaria, que não lhe sai da cabeça e um permanente sofrimento em meio aos horrores da luta, são as marcas desse romance. Inicialmente ele é posto para treinar voluntários, principalmente os hispânicos, mas depois assume um comando na resistência em Bakhmut e quando Bakhmut é perdida para os russos ele volta à região para atuar como sniper. Maaria inicialmente se sente abandonada e traída pelo amor da sua vida, no entanto resolve apoiá-lo, mas outro acontecimento a sacode, ela descobre que está gravida, diante da decisão de André de ir lutar ela não conta a ele sobre a gravidez e mergulha em dúvidas e incertezas, sobretudo teme pela vida de seu amor e pelo futuro do filho que está gestando. Maaria tomará uma decisão extremamente radical e vai atrás de seu amor. Neste romance a mulher assume um protagonismo importante. Busca-se nesta obra, uma crítica e uma reflexão sobre o amor, o ódio, a guerra e a paz, bem como da necessidade premente de lutarmos contra as tiranias do mundo. Abordam-se questões de política migratória, nacionalismo, Uniao Europeia e a questão da guerra russa na Ucrania e aspectos da política Brasileira. A questão central é refletir sobre se a guerra é ou não um caminho ao qual devemos aderir, bem como a questão ética que envolve os conflitos armados. André o protagonista traz em si e em seu passado, mais de uma razão forte e pessoal para querer lutar na guerra da Ucrania, ele é descendente de ucranianos, seus bisavós e sua avó maternos imigraram da Ucrânia, ele tinha uma particular relação com eles. Ele conheceu a Ucrânia, visitou e foi visitado pela sua família ucraniana várias vezes, o que marcou indelevelmente seu coração, portanto, ele se sentia responsável pelos destinos da terra de seus antepassados. A outra razão foi o dramático acontecimento em sua vida registrado em 17 de julho 2014. O voo MH17 da Malaysia Airlines que foi atingido por um míssil russo, 298 pessoas estavam a bordo, e, segundo relatos, foi como uma chuva de corpos. O acidente foi o mais mortal registrado até hoje. Um Boeing 777 da Malaysia Airlines caiu na Ucrânia numa quinta-feira. A agência russa Interfax afirmou que o avião teria sido derrubado quando estava a 10 mil metros de altitude. A aeronave voava normalmente, sem registro de problemas, até desaparecer do radar. A Associação Internacional de Transporte Aéreo também informou que o avião voava em um espaço aéreo aberto e livre de restrições. Destroços do avião, assim como malas e outros equipamentos também puderam ser vistos espalhados ao longo de uma vasta zona da cidade de Grabove, na região de Donetsk, neste acidente morreram o pai e a mãe de André. A dor que sentiu foi imensa, ele tinha 21 anos e cursava o terceiro ano na AMAN, a academia militar brasileira responsável pela formação de todos os oficiais do exército brasileiro. O romance começa na Estônia e retorna ainda que brevemente ao passado para analisar a vida de André a relação com os avós, com os pais, a morte destes, seus dias na academia, sua decepção com a vida militar, a eleição de Bolsonaro e a política brasileira. O avô paterno de André foi morto pela ditadura militar em 64, acontecimento dramático que abalou a sua família. Coincidentemente o avô de Maaria foi mandado para a Sibéria durante a ocupação Soviética, morrendo em condições terríveis, esse acontecimento marcou indelevelmente a família de Maaria, assim como a de milhares de famílias estonianas que perderam seus entes queridos fuzilados ou mandados para morrer na Sibéria. É um romance profundo cheio de questões filosóficas sobre o sentido da vida e o nosso papel como protagonistas dela.
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